Conduta Religiosa

Não gosto de condutas, seguir condutas em minha opinião é não ter pensamento próprio, é não ter conclusões próprias sobre determinado assunto e é uma maneira para conflito, de luta com outros.
Conduta pra mim só em casa com a família, em namoro e no trabalho. Devo seguir conduta em casa pra tudo ficar bem no eixo familiar e em namoro pra fazer florescer um bom sentimento e ter uma relação de cumplicidade com outrem.
Outra forma de conduta pra mim é inaceitável, não consigo conceber. Sei que um dia deverei seguir conduta no trabalho, quando estagiava eu seguia, mas isso é aceitável.
Há algumas semanas eu freqüentava duas igrejas de religiões diferentes, uma é a minha habitual religião (sou católico desde que nasci). E outra é a RUG (Radicais da Última Geração) um tipo de igreja evangélica que visa guiar os jovens de acordo com uma conduta radical religiosa. Disse que ia e fui, porém, deixei claro que seria sempre um visitante naquela igreja e não me comprometeria em grupo nenhum naquela igreja. Pois bem, tudo ia bem até que começaram a me contestar sobre religiosidade e tal, começaram a me chamar pra fazer parte de Grupo de Oração (Célula), e seguir uma conduta religiosa severa. Aquela mão no ombro dizendo: “Tens que aceitar Jesus como teu salvador, ele te livrará 'dessa' vida de pecado...”, essa mania evangélica de ver pecado em tudo me estressa, sou católico atuante e me sinto bem assim, (Religião é igual a sexo, se for forçado é horrível!). Tenho proximidade com Deus das minhas maneiras. Não consigo (Já tentei) deixar de ser como sou, não consigo mudar minha conduta por causa de religião. Gosto de ver jogo de futebol e falar mal de jogador (Porra! Toca a bola caralho!), gosto de ouvir rock e faço questão de ver um belo show de Rock quando o tempo me permite e gritar Uh, Engenheiros! Uh, Engenheiros! Gosto de dançar forró e quando inicio um namoro eu não penso em casamento e levar isso de imediato para um nível mais elevado, só penso em levar da melhor maneira possível, sou assim desde pequeno, cresci sendo deste jeito.
Não sigo regras religiosas, não sigo leis a não ser aquelas que julgo necessárias para minha existência social.
Estava puto por causa do resultado da UFPA, não passei e tentando me consolar me disseram: “Não foi a Vontade de Deus!”, odeio essa mania que os outros têm de errar e colocar a culpa em Deus, “Não foi por que Deus Quis, não foi a vontade dele, não é um dos planos dele...”
Não passei por que não estudei cálculos o ano todo. Zerei matemática duas vezes e não passei e ponto. Não passei por que não dei deveras importância para o que aprova e reprova, vou tentar novamente e bater nos erros.
Não culpo Deus e tampouco o procuro para consolar-me sobre vestibular, ele tem outras coisas pra se preocupar. Sei meu erro e isso é o suficiente (desculpe minha sinceridade Senhor, mas me fizeste assim). Só quero dizer que religião é algo muito particular, não dá pluralizar isso. Minha conduta não é a certa? O que é certo se tratando sobre religião? Tem padre pedófilo, tem Pastor que é aliciador de menor, tem Bispo que faz lavagem de dinheiro, Tem Judeu que se explode...
Pecado tem em qualquer lugar, e religião não salva ninguém, percebi que “sou feliz por ser católico” e agradeço a Deus por me fazer perceber isso.
Não preciso de conduta pra segui-lo, preciso apenas acreditar (da Minha Maneira) e reconhecê-lo como salvador (da Minha Maneira). Não preciso deixar de ser Corinthiano e Remista pra seguir Deus, não preciso deixar de Ouvir Engenheiros do Hawaii pra Seguir Deus, não preciso deixar de dançar Forró pra Seguir Deus...
E Religião é isso, não salva ninguém, não absorve ninguém de nada. Religião deve ser apenas um caminho pra Deus, mas nunca deve ser o único. Você pode crer em Deus sem nem sequer pisar no chão de uma igreja, apenas no silêncio do teu quarto, dentro do teu coração, e nem por isso deixarás de ser tão filho de Deus, tão crente na palavra quanto
os demais.

“Toda Forma de poder é uma forma de morrer por nada. Toda forma de conduta se transforma numa luta armada, uma cruzada!”
(Humberto Gessinger – Engenheiros do Hawaii)