sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Das Batalhas cansativas


Valorei demais coisas absurdas, deixei meu defeito falar mais alto (pra variar), parece que não me canso de perder grandes oportunidades, de andar com meus próprios pés e ver que eles não me levam a lugar nenhum.
Foi assim quando meus pais se mudaram para Tucuruí a trabalho, e eu, filho caçula deveria ter ido junto com eles; iria estudar no Sophos, uma das melhores escolas do estado, teria um emprego bom para um estudante e teria a garantia de algo promissor no futuro, mas não, não quis ir por tantos motivos que hoje nem fazem sentido. É triste, mas é a vida, estou preparado pro pior, com certeza, porém não deixo nada me abalar de tal forma a me fazer desistir.
Mas é difícil, mais do que eu imaginava, nunca havia pensado em como a vida é tão dura. Quando se tem 12 não se pensa em outra coisa a não ser em sorrir e brincar sem imaginar que esses dias acabariam cedo ou tarde. Responsabilidade é a bola da vez, não quero ser hipócrita, mas isso foi uma coisa que eu não tive tanto, a falta de zelo que fez com que pessoas que sinceramente amo do fundo do coração se afastassem de mim, a arrogância de não querer olhar as coisas do modo que elas deveriam ser vistas, não olho mais nos olhos de pessoas que me faziam bem demais. Pareço andar no escuro, sei que um dia chego onde quero, tenho Fé em Deus que sim, mas parece que esses dias podem demorar.
O medo que tenho agora é perder o pouco que me resta, os poucos que ficaram do meu lado. Já estou fraco demais, quero ficar em paz comigo mesmo conversando com quem comanda meus passos, “Deus”.
Tenho que refazer minha vida de forma coerente, de modo que minha vontade e a vontade de Deus sejam a mesma coisa, perfeita simetria.
É estranho, não falo muito de Deus no cotidiano com os outros, fiz parte de banda de igreja, cantei e toquei baixo e guitarra, fui guarda de outra igreja... Mas não falo tanto de Deus, ando com um crucifixo dado de presente pelo meu Pai, não mostro a ninguém, ele fica debaixo da camisa pois é minha proteção e não um simples cordão de enfeite. Ando com um terço na menor parte da mochila, sempre andei, mas ninguém vê, acordo cedo aos domingos e saiu cedo das aulas nas quintas para ir à missa, mas ninguém me vê falando de Deus, acho que esse foi um erro gravíssimo que cometi, parece que tive vergonha da própria fé, pensei que não precisava de ninguém, nem mesmo dele, engano.
Agora vejo o humano medíocre que sou como tantos outros, freqüentando a igreja à bom modo, rezando e fazendo o sinal da cruz, mas na hora que o clima esquenta é que eu levanto minhas mãos aos céus e peço que ele me ajude a qualquer preço. Devo desculpas e perdões ao homem que me deu a vida e permite que eu continue com ela, ele que faz o meu caminho, minha estrada. Primeiramente a ele, posso até enganar a si mesmo, mas a ele não.
Este soldado aqui quer um pouco de descanso pra voltar mais forte à batalha, tenho que recarregar minhas armas e as baterias, nunca mais sentei na beira do rio no forte do castelo pra ler um livro, nunca mais toquei meu surrado violão ou meu surrado teclado, Quero poder fazer isso quando essa tormenta acabar e o Sol brilhar forte novamente.
Espero melhoras a mim mesmo, um dia essas histórias se transformarão em tirinhas ou crônicas de um Jornal escritas por mim.
Riremos de tudo isso juntos meus amigos amados, dessa minha angústia com “A” maiúsculo, mas por hora meus amigos felicidades, do fundo do peito, Felicidades!

Um comentário:

  1. Parece que em alguns momentos havia sido eu a escritora disso aqui. Gostei. Sucesso Paulo, as tuas decisões passadas não podem, de forma alguma, interferir no teu futuro ...

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